Geraldo Castro: Minha demissão da Rádio Mirante AM
O tempo se modifica e a vida muda conforme os novos conceitos nos são apresentados e se tornam uma “nova ordem”, com novas maneiras de agir e pensar, mudando o comportamento de todos ou quase todos.
E foi com a chegada das novas tendências, da nova cultura, que tive o mais primário erro jamais cometido por mim dentro do ambiente de trabalho, ou melhor avaliado por quem tinha a “caneta” na mão para tentar jogar a minha história construída ao longo de 49 anos na “lata de lixo”.
Foi por causa de uma ação inesperada da minha parte, ao discutir com uma pessoa do meu convívio na Rádio Mirante AM, e dizer-lhe um palavrão (porra caralho), testemunhado por outros “colegas” que fui levado à condenação por Justa Causa.
Fui tratado como um bandido, um indisciplinado, intolerante e juntaram um “dossiê” com outras faltas minhas no trabalho, para afirmar que eu era nocivo para o ambiente.
Disseram que, até que se eu continuasse trabalhando na Rádio Mirante AM, muitas pessoas se demitiriam por causa da minha presença no grupo de comunicação. Um absurdo! Não sou tóxico. Por que só agora? Não sirvo mais?
O golpe foi duro, impiedoso, fatal para quem durante 33 anos vestiu a camisa da empresa e da família que comanda o conglomerado de comunicação no estado. Esperava completar meu ciclo na emissora no ano que vem, quando farei 50 anos de rádio, jornal, televisão, esporte e música Queria fazer uma festa, levei um “pé na bunda”.
“Me entregue seu crachá”, e assine aqui a Justa Causa. Humilde entreguei minha identidade funcional e acabei num momento de fraqueza assinando o tal pedido, num momento de completa desorientação.
Fui pra casa abatido e lá encontrei forças na pessoa que está sempre ao meu lado: Idonéa Furtado, minha esposa e companheira, que me mostrou a necessidade de não aceitar a suprema injustiça de uma demissão da forma que foi feita.
“Não vencemos todas as vezes que lutamos, mas perdemos todas as vezes que deixamos de lutar”.Marcio Kühne.
A partir daí voltei atrás e não aceitei mais a injuriosa Justa Causa e foi aí que entrou a figura de um cidadão com quem sempre tratei dentro da empresa nos momentos em que precisava. Odilon Soares, diretor financeiro, entendeu o meu lado e em contato com a presidência da corporação reverteu a demissão para Sem Justa Causa.
Bom, este é o básico da minha demissão da Rádio Mirante AM, onde desempenhei minha profissão com honestidade, seriedade, honra e responsabilidade.
Não sei quem perdeu. Se eu ou a própria empresa, pois modéstia a parte me considero um profissional de mão cheia, comprometido com o povo mais humilde e crítico das autoridades no momento certo.
Só tenho a lamentar pois durante 25 anos comandei programas de maior audiência no estado. O Rádio Mania e o Abrindo o Verbo, que poderão ser apresentados por qualquer profissional, mas não deixarão de ter a “cara” e feição do Geraldo Castro.
Só mais uma coisinha! Li em alguns blogues que minha demissão teria tido o dedo de um certo Ricardo Capelli(?). Confesso que não o conheço, mas recebi vários recados do senhor coordenador da Mirante AM para “aliviar nas críticas ao ex-governador Flávio Dino”.
A mim, não interessa se esse moço fez alguma gestão, pois não trabalhava para ele. Estou desempregado, analisando o mercado de trabalho, pois me considero em forma física e psicológica para enfrentar qualquer desafio. Vida que segue!