Artigo: Carlos Brandão – O poder da República exercido para o bem comum
Por Carlos Brandão
Entramos em mais um fim de semana. Graça de Deus que devemos, sempre, agradecer. Aliás, um fim de semana prolongado, já que teremos um feriado nacional na segunda-feira. Dia 15 de novembro celebramos o 132º aniversário da Proclamação da República. Neste dia, no ano de 1889, Marechal Deodoro da Fonseca saiu de sua casa, no centro do Rio de Janeiro – acompanhado por cerca de mil militares -, para estabelecer que o Brasil deixasse de ser uma monarquia e passasse a ter o sistema de governo republicano. Claro que sua atitude estava ancorada pelo apoio da burguesia cafeeira da época; pelo exército, influenciado por ideias positivistas (que defendia, entre outros pontos, o progresso contínuo) e por querer participar mais efetivamente da política no Brasil após a guerra do Paraguai; e pela crise enfrentada pelo império. O fato é que uma nova era se iniciou no país, decretando o fim do segundo reinado, dando autonomia às províncias – que passaram a estados -, e garantindo maior poder ao povo. A República confere poderes constituídos a partir da decisão de cidadãs, cidadãos ou representantes.
Um pouco de história para refletirmos sobre a importância da data, principalmente no momento atual. Nossa Constituição, em seu artigo primeiro, estabelece que somos uma República Federativa, “formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal”, que tem como fundamentos: “a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; o pluralismo político”. Isso tem que ser compreendido e insistentemente levado, essencialmente, às crianças e aos adolescentes. No Brasil de hoje, infelizmente, muitos não sabem do que lembramos na segunda-feira. Mais ainda: o que significa vivermos como República. E seja em qualquer esfera, não podemos perder de vista de que o poder emana das pessoas, o que as reverte de uma responsabilidade para a qual, certamente, muitas não atentam. Suas escolhas determinam a direção sob a qual todos viveremos.
Em todo processo de escolha, um das fases é a de recolher, buscar informações sobre as possíveis soluções. Cabe a cada um, para sua correta tomada de decisão, informar-se sobre as opções que lhe são apresentadas. Informação é essencial. Indo a um restaurante, por exemplo, na hora de decidir em qual levar sua família, você se baseia em informações. Certamente, não levaria as pessoas que mais ama a um restaurante que tenha um passado de denúncias sobre a falta de higiene. Na República, se a cidadania é um de seus fundamentos, nos cabe exercê-la com responsabilidade e com a visão de que não queremos errar. Seria insensato indicar o tal restaurante, cheio de denúncias, simplesmente porque somos amigos do dono. Em determinados processos de escolha, errar traz um grande prejuízo a muitos.
Então, celebremos a República, defendendo nossa soberania e exaltando a democracia. Lembrando, sempre, de que o poder que nos é dado pela Constituição deve ser exercido para o bem comum.
*Carlos Brandão é vice-governador do Maranhão