Caos no transporte público: Empresa tem 12 ônibus apreendidos por ordem judicial
A Expresso Rio Negro, uma das empresas que operam o sistema de transporte público de São Luís, foi alvo, no último domingo (13), de busca e apreensão de 12 ônibus, em sua garagem, no bairro Tirirical. A operação se deu em cumprimento a um mandado expedido pela Justiça em favor do banco financiador da compra dos veículos. Gravemente afetada pelo colapso que a cada dia inviabiliza o serviço de transporte na capital maranhense, a concessionária não teve mais condições financeiras de honrar as parcelas do investimento feito na renovação da sua frota.
Os 12 ônibus apreendidos foram adquiridos pela Expresso Rio Negro em 2021. Os coletivos são do modelo Marcopolo Torino 5 Plus, todos equipados com ar-condicionado e dispositivos que garantem acessibilidade. A empresa, que antes operava com 25 coletivos, agora só tem 13, nenhum deles com refrigeração ou plataforma para embarque e desembarque de passageiros portadores de deficiência.
Após a perda de quase metade de sua frota, a Expresso Rio Negro amarga sensível queda de qualidade do serviço prestado aos usuários, sem contar a inevitável diminuição de receita, pois agora tem menos coletivos em circulação.
A empresa íntegra o Consórcio Upaon-Açu e atende a região da Cidade Operária, a mais populosa de São Luís, e explora linhas como Uema/Ipase e outras com itinerário pelo Terminal de Integração do São Cristóvão. A não ser que haja um remanejamento de frota, de modo a repor os ônibus das linhas desfalcadas, milhares de usuários sofrerão sérios transtornos.
Crise generalizada
O quadro financeiro deficitário que levou à busca e apreensão dos 12 ônibus não é um problema exclusivo da Expresso Rio Negro. Várias outras empresas que detêm concessões de linhas do Sistema Integrado de Transporte de São Luís (SIT) enfrentam a mesma dificuldade. Operando no vermelho em razão da falta de uma política pública que restabeleça a viabilidade econômica do serviço, essas concessionárias estão sob a ameaça constante de quebrar. Ou seja, a crise é generalizada e os maiores prejudicados, caso o pior aconteça, serão os mais de 700 mil cidadãos que utilizam o transporte coletivo para se locomover na capital.
O colapso do sistema de transporte público é cada vez mais visível. A apreensão dos ônibus da Expresso Rio Negro é a prova de que o serviço está em franco declínio e tende a perder toda a sua capacidade operacional, caso a prefeitura não cumpra as suas obrigações contratuais e não se disponha a implementar medidas adequadas e imediatas para por fim à instabilidade. Blog Daniel Matos