• Thiago Azevedo
  • 22 de junho de 2020

Doria critica ‘campanha’ Bolsonaro e diz: ‘Golpe militar, aqui não’

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), avaliou como grave a inicativa do presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) se colocar como candidato à reeleição desde o início de seu mandato.

“Ele deu início à sua campanha de reeleição em janeiro de 2019. Nunca se viu um presidente da República tomar posse e, menos de um mês depois, lançar-se candidato à sua própria sucessão. Nunca houve na história da República um ato desta natureza que, evidentemente, prejudica seu mandato. Quem acaba de se eleger, tem que cuidar de cumprir sua eleição e atender seus eleitores e não-eleitores, fazer uma boa gestão, seja na prefeitura, no governo estadual ou federal”, afirmou o chefe de estado paulista.

Doria citou o governador da Bahia, Rui Costa (PT), e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), como testemunhas da forma como Bolsonaro trata as outras autoridades públicas do país. “Ele tratou disso em janeiro do ano passado e estabeleceu um antagonismo enorme com todos os governadores do Brasil, não apenas comigo e com o governador do Rio, haja vista o que ele fez com governador da Bahia, Rui Costa, uma indelicadeza e uma forma lamentável com que tratou, vem tratando e já disse sobre o governador da Bahia, assim como os outros governadores do Norte e Nordeste do nosso país”, disse o governador.

“O presidente não respeita o pacto federativo, não respeita os governadores e não dialoga com prefeitos e governadores. Pergunte ao prefeito ACM Neto se ele tem algum diálogo construtivo com o presidente da República. Lembrando que ele é prefeito de Salvador, uma das grandes capitais brasileiras. Não tem diálogo, nunca falou com Bruno Covas, prefeito da capital de São Paulo. Uma relação hostil, distante e fria”, acrescentou.

Questionado sobre as aspirações autoritárias de Bolsonaro, Doria refutou qualquer possibilidade de se instituir um golpe militar no país. Ele se colocou como líder do que chamou de resposta à tentativa de “surrupiar a democracia”. “Tenho privilégio de ter sido prefeito e governador de São Paulo num período de três anos, vencendo duas eleições. Defenderei a democracia com todas as forças que tenho e também com 11 milhões de votos que recebi como governador. Já disse repito, aqui em São Paulo, não. Qualquer tentativa de golpe militar e qualquer tentativa de surrupiar a democracia com fechamento de Congresso, fechamento da Suprema Corte, atitudes autoritárias, amparadas ou não no sistema militar, São Paulo dirá não. Liderarei aqueles que são democratas e aqueles que entendem que a democracia não pode ser agredida ou subtraída pelo desejo pessoal de um presidente da República e dos seus filhos. Aqui em São Paulo não e tenho certeza de que na Bahia também não”, afirmou.

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