• Thiago Azevedo
  • 16 de janeiro de 2021

Famem ganha relevância e expõe forças políticas

A CARTA POLÍTICA

A eleição da Famem, colegiado de prefeitos do Maranhão, ocorrida no último dia 14 de janeiro deu um status maior para a entidade privada que cuida de interesses dos prefeitos e dos municípios maranhenses. Como uma espécie de prévia das eleições de 2022, a eleição da Famem também deixou exposto as forças políticas que gravitam em torno dos tentáculos de poder do estado.

A disputa foi entre Erlânio Xavier (PDT), prefeito de Igarapé Grande, e Fábio Gentil (Republicanos), prefeito de Caxias. Mas a briga era outra.

De um lado, um vice-governador com a caneta e um Leão pronto para abocanhar seus adversários, de outro lado um senador que acompanhou tudo pelos bastidores e com emissários fiéis que deram conta do recado. Este último, com tudo que está exposto, levou a melhor.

O Palácio dos Leões e a Assembleia Legislativa do Maranhão transformaram-se em comitês políticos de grupos antagônicos, embora estejam embolados no grupo do Governador Flávio Dino, do PCdoB.

Carlos Brandão (Republicanos) com “a caneta”, conforme ele mesmo disse, chamou para si a responsabilidade de vencer, depois de duas derrotas, o senador Weverton Rocha (PDT) e demonstrar articulação política com a maioria dos prefeitos eleitos. Era a chance, perigosa, de Brandão mostrar autonomia no cargo que ocupa. Não de governador, mas de vice-governador e homem de confiança de Flávio Dino.

Na banca de apostas, quem mostrou ter grupo mesmo foi o deputado federal, o Josimar de Maranhãozinho (PL), que além de manter o voto de todos os prefeitos do seu grupo, ainda ampliou a margem de apoio ao prefeito de Caxias, Fábio Gentil.

Brandão, candidato a cacique do agrupamento partidário Republicanos-PL-Patriotas-Avante, sai enfraquecido ao ser derrubado pelos Leões do Palácio. Márcio Jerry (PCdoB), deputado federal licenciado e homem de confiança de Flávio Dino, foi responsável por jogar água fria nos acordos firmados na cadeira de Dino e praticados por Carlos Brandão. Outro correlegionário do governador [Flávio] também tratou de instalar uma contra-ofensiva, é o caso do presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Othelino Neto (PCdoB).

Enquanto havia filas no Palácio dos Leões, em outro Palácio, o de Manuel Beckman, também recebia comitivas do interior para garantir os votos necessários para reeleger Erlânio Xavier. Como resultado, Weverton Rocha e Erlânio Xavier prometeram publicamente, pela primeira vez, dar a resposta à Carlos Brandão, nas urnas. Um claro sinal de que a pré-candidatura está mantida, ainda mais com o enfraquecimento político do grupo de Carlos Brandão.

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