Lula decreta intervenção federal no DF até 31 de janeiro
Lula decretou hoje intervenção federal no Distrito Federal até 31 de janeiro após a invasão e depredação das sedes dos 3 Poderes —Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF (veja aqui um resumo dos atos terroristas ocorridos hoje em Brasília).
A medida tira o comando da área de segurança pública do governador Ibaneis Rocha (MDB) e coloca as polícias e o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal sob o controle da União. O interventor escolhido foi um civil: o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli.
O anúncio de intervenção foi feito quase três horas e meia após a invasão. Leia a íntegra do decreto de Lula.
O presidente estava em Araraquara, no interior de São Paulo, onde foi acompanhar as áreas atingidas por fortes chuvas. Ele disse que pretende voltar a Brasília e visitar as instalações atingidas pelos terroristas.
Visivelmente irritado, Lula prometeu punições severas para financiadores, participantes e autoridades envolvidas na convocação, organização e realização dos atos.
Ele levantou suspeitas contra setores alinhados a Bolsonaro —a quem voltou a nomear como “genocida”. Lula citou madeireiros ilegais, garimpeiros e o “agronegócio maldoso que quer utilizar agrotóxico sem nenhum respeito à saúde humana”.
O presidente também demonstrou insatisfação com o governo do Distrito Federal. Falou que as autoridades da área de segurança pública tiveram “incompetência, má vontade ou má fé” e lembrou do quebra-quebra no dia de sua diplomação, com a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal.
Disse também que o agora ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres, “sempre foi conivente” com os atos golpistas —inclusive quando era ministro da Justiça de Bolsonaro. Questionado se havia falado com o governador Ibaneis Rocha, respondeu: “Ele não estava lá”.