A cultura do abacaxi tem grande importância no Maranhão, sendo a principal fonte de renda de muitas famílias. O Estado possui características climáticas favoráveis para este cultivo. Com foco no melhoramento desta produtividade e, também, na qualidade do fruto, a fim de impulsionar sua comercialização via exportação, a pesquisadora Thaís Roseli Corrêa, da Universidade Estadual do Maranhão(UEMA), desenvolve a pesquisa ‘Biotecnologia vegetal para o fortalecimento da cadeia produtiva do abacaxizeiro Turiaçu: novas estratégias de propagação para explorar o potencial escoamento dos frutos pelo Porto do Itaqui’.

O estudo tem apoio do Governo do Estado, por meio de edital da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) em parceria com a Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP) – Apoio à Pesquisa no Porto do Itaqui.

A pesquisa se desenvolve com o cultivo da fruta em laboratório, para chegar ao melhoramento, e sejam livres de doenças no campo e uniformes em produção. As sementes desse fruto aperfeiçoado serão doadas a produtores rurais para que possam ter mais qualidade em sua produção.

O abacaxi produzido no município de Turiaçu tem grande destaque no mercado consumidor do Estado, principalmente pelo seu sabor diferenciado – adocicado e sem acidez. O preço pago aos produtores do município é, em média, 70% maior do que o valor pago aos produtores de outras regiões do Maranhão.

“É de grande importância o apoio do Governo neste trabalho de melhoramento genético sobre esse fruto, e com isso colocar em prática para obter melhores ganhos em produtividade e qualidade. Reflete na melhoria do cultivo e, consequentemente, na vida dos produtores”, frisou o presidente da Fapema, Nordman Wall.

O objetivo do trabalho, segundo a pesquisadora, é selecionar os clones mais promissores para futuras recomendações aos agricultores da região, valorizando o cultivo deste abacaxi no Maranhão. Ela explica que um dos focos do estudo é pesquisar estratégias biotecnológicas para a propagação massal, in vitro, de abacaxizeiro, por meio de biorreatores de imersão temporária. Com isso, pretende gerar ativos pré-tecnológicos, que propiciem a produção de mudas com maior padrão de qualidade para uso dos produtores maranhenses.

“Queremos dar a estes produtores a oportunidade de potencializar o escoamento da produção deste fruto pelo Porto do Itaqui, no futuro”, justifica Thaís Corrêa.

Atualmente, a pesquisa está em andamento e seguindo o cronograma proposto. “Nessa primeira fase do projeto, já realizamos as duas etapas importantes da micropropagação, que são o estabelecimento e multiplicação do material. Após, realizamos visita e reunião técnica com produtores de abacaxi do município de Turiaçu, que vão receber essas mudas micropropagadas. A ideia é entender como aumentar e acelerar a produção de mudas, mantendo a qualidade deste abacaxi, e com isso, aperfeiçoando esse cultivo, criamos mais possibilidade de futuro escoamento pelo Porto do Itaqui. Paralelamente, essa possibilidade vai refletir na melhor qualidade de vida dos produtores”, explica Thaís Corrêa.

O estudo está na fase do desenvolvimento de ativos biotecnológicos de propagação do abacaxizeiro Turiaçu.

“Buscamos, de forma efetiva, a transferência de tecnologia aos produtores maranhenses, e assim, alcançar o fortalecimento dessa cadeia produtiva. Em paralelo, também almejamos a produção de frutos, tanto em quantidade, quanto em qualidade, propiciando alcançar novos mercados, inclusive, o internacional, a fim de se tornar um produto passível de exportação”, enfatizou.

A pesquisadora ressaltou que a Fundação Maranhense tem papel fundamental na promoção do estudo. O projeto tem apoio do edital Porto do Futuro, ação da Fapema em parceria com o Porto do Itaqui.

“A Fundação Maranhense é muito importante para a execução do nosso projeto, pois promove o financiamento de pesquisas científicas e tecnológicas. E, ainda, a Fapema incentiva, fortemente, o desenvolvimento do Maranhão, por meio do incentivo ao conhecimento científico”, frisou Thaís Corrêa, que desenvolve o estudo com o professor da UEMA, Tiago Massi.

DOCE E NUTRITIVO

O sucesso do abacaxi de Turiaçu é resultado da combinação de vários fatores importantes, tais como: a genética superior da variedade, a relativa riqueza química do solo em nutrientes minerais (potássio e magnésio) e a boa adaptação ao microclima local. Este último propicia a maturação dos frutos em períodos secos do ano – dos meses de agosto a novembro -, com a baixa umidade relativa e temperaturas elevadas, produzindo assim, frutos de um sabor doce agradável, sem acidez.

A fruta é rica em benefícios para a saúde. Entre estes, tem propriedades anti-inflamatórias e, assim, ajuda na prevenção de artrite e dor nas articulações; pode atenuar ou impedir doenças de pele, como a acne, rosácea, dermatite, eczema e psoríase, devido às propriedades anti-inflamatórias; por ser uma boa fonte de vitamina C, aumenta imunidade; e é rico em cobre, que desempenha importante papel na síntese de células vermelhas do sangue.