Em mais um gesto de aproximação com o Centrão, o presidente Jair Bolsonaro entregará o comando do Banco do Nordeste (BNB) para um nome indicado pelo Partido Liberal (PL) — sigla liderada pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão. No lugar do atual presidente, Romildo Rolim, quem assume é Alexandre Borges Cabral.
A troca é vista como uma nova sinalização da disposição de Bolsonaro em sedimentar a aliança com partidos do Centrão, visando a construir base aliada no Congresso Nacional na tentativa de barrar eventual processo de impeachment. Por outro lado, a decisão contraria declaração do próprio presidente, que admitiu a negociação de cargos em segundo e terceiro escalão para obter apoio político, mas negou existir qualquer tratativa para entrega de ministérios, bancos públicos ou empresas estatais.
— Em nenhum momento nós oferecemos ou eles pediram ministérios, estatais ou bancos oficiais — disse Bolsonaro durante transmissão nas redes sociais.
O BNB é ativo político valioso, em decorrência da forte presença junto a empresas, produtores rurais e pequenos empreendedores na região. A instituição também participa em financiamentos à infraestrutura, incluindo expansão de aeroportos em capitais nordestinas concedidos à iniciativa privada.
No ano passado, desembolsou R$ 42,16 bilhões em mais de 5,3 milhões de operações. O valor é 74,4% do total desembolsado em 2019 pelo BNDES, banco de desenvolvimento que opera em todo o Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.