• Thiago Azevedo
  • 14 de agosto de 2020

Homem que vendeu loja para Flávio Bolsonaro diz que foi ameaçado ao tentar denunciar fraude

O empresário que vendeu uma loja de chocolates para o senador Flávio Bolsonaro, do Republicanos, afirmou, em depoimento ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), que foi ameaçado ao tentar fazer a denúncia de que Flávio fraudava notas fiscais. A loja do senador é alvo de investigação de lavagem de dinheiro.

Segundo reportagem exibida ontem (13) no Jornal Nacional, da TV Globo, que teve acesso ao depoimento, o empresário disse que o estabelecimento vendia produtos com preço abaixo da tabela da Kopenhagen, mas emitia notas com o valor normal.

Flávio Bolsonaro é dono da loja de chocolates em um shopping na Barra da Tijuca desde 2015. Ele comprou o estabelecimento do empresário Cristiano Correia Souza e Silva, que já tinha uma loja da mesma franquia em outro shopping no mesmo bairro.

A Kopenhagen disse ao JN que comprovou a denúncia de uso de preço fora da tabela e informou ainda que a loja de Flávio foi advertida e multada por causa da promoção.

Nas investigações, o MP-RJ aponta uma forte suspeita de que parte dos recursos desviados da Assembleia Legislativa do Rio no esquema da rachadinha tenha sido lavada na loja de chocolates. Os investigadores afirmam que a loja recebia mais dinheiro vivo do que outras franqueadas, em média. Os pagamentos em espécie permaneciam constantes mesmo em períodos de aumento das vendas, como a Páscoa.

Alexandre Ferreira Dias Santini, que aparece como sócio de Flávio na loja, é apontado pelo MP como um laranja do senador. Segundo o depoimento de Silva, Santini é acusado de intimidar a mulher do ex-dono da loja que denunciou a fraude nas notas fiscais. O empresário contou ao MP que ele e a mulher receberam ameaças por e-mail depois que a denúncia chegou ao grupo de conversas dos franqueados da Kopenhagen.

  • Thiago Azevedo
  • 18 de junho de 2020

Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, é preso

Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, foi preso na manhã de hoje em Atibaia, cidade do interior paulista, numa ação conjunta do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e do MP-SP (Ministério Público de São Paulo).

Queiroz foi localizado e preso em um imóvel que pertence a Frederick Wassef, advogado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de seu filho Flavio. Ontem, Wassef esteve na posse novo ministro das Comunicações, Fabio Faria (PSD), que contou com a presença do presidente.

A prisão é preventiva, ou seja, sem prazo. Policiais também realizaram busca e apreensão no local. Um imóvel ligado a Jair Bolsonaro, no Rio, também foi alvo de busca e apreensão.

O delegado da Polícia Civil de São Paulo Osvaldo Nico Gonçalves, que participou da prisão, disse que o caseiro do local informou que Queiroz estava na casa do advogado há cerca de um ano.

De acordo com o delegado, Queiroz estava sozinho na casa quando os policiais chegaram. “A reação dele [Queiroz] foi tranquila, não esboçou reação. Só falou que estava um pouco doente”, declarou o delegado. Queiroz trata de um câncer.

Gonçalves afirmou ainda que foram apreendidos com Queiroz dois celulares, documentos e uma pequena quantia em dinheiro —o valor não foi revelado.

Queiroz foi levado para o Palácio da Polícia, no centro de São Paulo, para procedimentos legais e deve ser transferido ainda hoje para o Rio.

A operação, batizada de Anjo, cumpre ainda outras medidas autorizadas pela Justiça relacionadas ao inquérito que investiga suposto esquema de rachadinha, em que servidores da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) devolveriam parte de seus salários ao então deputado Flávio Bolsonaro, que exerceu mandato de 2003 a 2019.

  • Thiago Azevedo
  • 11 de junho de 2020

Justiça suspende nomeação de presidente do Iphan

A Justiça Federal suspendeu a nomeação da turismóloga Larissa Peixoto para a presidência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O Juiz Adriano de Oliveira França, da 28ª Vara Federal do Rio, responsável por assinar a decisão, considerou que Larissa não preenche os requisitos exigidos por dois decretos federais para ocupar o cargo. As informações são do blog do jornalista Bernado Mello Franco, no O Globo.

“A nomeação de profissional sem compatibilidade para o exercício da função de presidente de autarquia com finalidade determinada por lei pode esvaziar as funções da instituição, o que equivaleria à extinção, por via transversa, da entidade”, escreveu.

A presidente anterior do Iphan, Kátia Bogéa, foi demitida em dezembro passado. Ela atribuiu sua exoneração a pressões do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e do empresário bolsonarista Luciano Hang.

Segundo o blog, nos últimos meses, o Ministério do Turismo tem pendurado uma série de dirigentes sem qualificação técnica em cargos de confiança no Iphan.